Um recente estudo liderado pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) analisou amostras de 1.043 pacientes diagnosticados com dengue e revelou a relação entre infecções prévias por zika e a gravidade dos casos subsequentes de dengue. Os resultados inéditos destacam que a infecção anterior aumenta significativamente o risco de desenvolver casos graves de dengue e a necessidade de hospitalização.
Veja matéria completa da Fapesp aqui: https://agencia.fapesp.br/infeccao-previa-por-zika-eleva-risco-de-caso-grave-ou-internacao-por-dengue-na-sequencia-conclui-estudo/50346.
Outros indicadores identificados pelos pesquisadores sugerem que a intensificação da gravidade resulta da ativação de células T, cuja principal função é auxiliar na geração de anticorpos. Esse fenômeno é conhecido como “pecado antigênico original”, em que células T geradas durante uma infecção prévia estimulam a produção aumentada de linfócitos quando ocorre uma nova infecção. Por não serem direcionados especificamente para a destruição do vírus, esses linfócitos acabam desencadeando uma produção desregulada de citocinas inflamatórias, as quais atacam as proteínas, resultando em danos aos tecidos do organismo e até mesmo em hemorragias.
A Dra. Cassia Estofolete, primeira autora do artigo e figura proeminente na pesquisa, compartilhou insights valiosos sobre as descobertas. “Vimos que o caso prévio por dengue, neste estudo, não foi um fator de risco para o agravamento porque acreditamos que os pacientes já estavam em terceira ou até quarta infecção. Já a infecção prévia por zika foi um fator importante e agravante para um segundo episódio de dengue. Com isso, sugerimos novos mecanismos e vamos renovando o conhecimento da história natural da doença”, afirmou a pesquisadora.
O trabalho recebeu apoio da Fapesp por meio de auxílio à pesquisa para Estofolete, de Bolsa de Pós-Doutorado a Alice Freitas Versiani e de um Projeto Temático concedido ao professor Maurício Lacerda Nogueira, autor correspondente do artigo.